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Crítica

1922 | Crítica

Baseado em conto homônimo de Stephen King, filme surpreende com trama tão objetiva quanto complexa

26.10.2017, às 19H00.

Ver mais uma adaptação da obra de Stephen King chegando na Netflix não necessariamente é uma boa notícia. Se 2017 teve o sucesso da nova versão de It: A Coisa, também teve resultados moderados com Mr. Mercedes e Jogo Perigoso e os fiascos da série O Nevoeiro e a estreia de A Torre Negra nos cinemas. Porém, 1922 surpreende e faz feliz os fãs do autor com uma produção igualmente objetiva e complexa.

A trama é muito simples. Arlette (Molly Parker) herdou um pedaço de terra de seu falecido pai e queria vendê-lo, assim como a propriedade de seu marido Wilfred (Thomas Jane), e deixar para trás a vida no campo. Entretanto, Wilfred não estava disposto a abandonar o que estivera com sua família há gerações e, por isso, arquiteta um plano para assassinar sua esposa e o coloca em prática com a ajuda de seu filho adolescente, Henry (Dylan Schmid).

A construção da história, porém, não é de modo algum simplista. Diretor e roteirista, Zak Hilditch cria uma narrativa direta e envolvente, que se permite usar cada minuto para desenvolver a perturbação que se abate em Wilf, mas sem se prolongar além da conta. A goteira logo em cima da poltrona de leitura, os ratos se apossando de cada canto e a casa se desfazendo gradualmente. Assim como Lady Macbeth, ele não consegue tirar o sangue das mãos e o arrependimento o leva à loucura. 

Por isso, não espere um filme de susto - embora seja possível ser surpreendido com a aparição de ratos aqui e ali. O terror é muito mais psicológico, sem deixar claro se há de fato um fator sobrenatural ou se Wilf apenas foi consumido pela culpa. E não há necessidade de dar uma resposta definitiva. A história está na dúvida, na constante tensão do protagonista e, claro, no efeito cascata que desenrola as subtramas.

O elenco foi escolhido a dedo. Thomas Jane facilmente transita entre o modo homem calculista, como define Wilf, e o fazendeiro transtornado, em um retrato fiel do protagonista do conto. Igualmente bem está o jovem Dylan Schmid, que vai da inocência manipulável ao banditismo romântico, roubando a cena hora ou outra ao se opor à figura paterna.

1922 é uma experiência imersiva na obra de King. É, sem dúvida, uma das melhores adaptações dele do ano.

Nota do Crítico
Ótimo
1922
1922
1922
1922

Ano: 2017

País: Estados Unidos

Direção: Zak Hilditch

Elenco: Thomas Jane, Neal McDonough, Molly Parker, Dylan Schmid, Kaitlyn Bernard, Brian d'Arcy James, Bob Frazer, Patrick Keating, Graeme Duffy, Bruce Blain, Spencer Brown, Danielle Klaudt, Mark Acheson, Michael Bean, Bart Anderson, Tanya Champoux, Roan Curtis, Eric Keenleyside, Peter New, Anna Louise Sargeant, Nikolai Witschl

Onde assistir:
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