Filmes

Artigo

“Um dos orgulhos de ser francês é a diversidade de nosso cinema”, diz Vincent Cassel

Astro fala sobre sua performance como o pintor Gauguin no filme que é destaque do Festival Varilux

17.06.2018, às 10H08.

Um os maiores sucessos de público da edição 2018 do Festival Varilux, maratona de cinema francês que segue até quarta-feira (20) em 63 cidades brasileiras, o drama biográfico Gauguin – Viagem ao Taiti, de Edouard Deluc, ganhou a atenção dos internautas (e sobretudo dos exibidores) americanos, desde que seu trailer foi lançado, na última semana. Já se fala nele como o potencial candidato da França ao Oscar, apoiado no carisma de Vincent Cassel como Paul Gauguin.

“Pode me chamar de Vicente. Será que o Brasil vai jogar bem esta Copa do Mundo?”, indagou o ator em um encontro com o Omelete durante o Festival de Cannes, em maio, no qual ele promovia o épico brasileiro O Grande Circo Místico, de Carlos Diegues. “Tenho o maior carinho pelo Brasil, embora questione muito a questão da segurança nas ruas do Rio de Janeiro e de outros estados. Você não anda seguro, apesar do povo brasileiro ser caloroso”.

Centrado nos cem anos e uma trupe circense, o longa-metragem de Diegues só estreia em setembro, o que dá tempo de sobra para Gauguin – Viagem ao Taiti se manter como a principal estreia do astro de cults franceses como O Ódio (1995), além do drama brasileiro À Deriva (2009). Pinturas como "De Onde Viemos? O Que Somos? Para Onde Vamos?" e o busto "Tête Tahitienne" são parte do tesouro revisitado pelo filme de Deluc, ao reconstituir as contribuições que Gauguin legou às artes plásticas em sua incursão pela Oceania, no final de sua vida, em busca de uma ajuda da Natureza para amplificar sua transcendência. Seu périplo pela Polinésia simboliza uma das fases mais combativas do artista em sua batalha contra a acomodação moral da burguesia.

“Tenho prazer em me transformar: perder ou ganhar peso, maquiar o rosto, alterar a minha aparência. E gosto quando essa transformação vem associada a figuras que chegam perto do patético em sua forma de lidar com as adversidades da vida”, disse Cassel.

Há, na maneira como ele encarna Gauguin, uma degradação física nítida. Entediado com o impressionismo europeu, o pintor desencadeia um estilo figurativo marcado por telas carregadas de simbolismo, com traços que, em vez de descrever, apenas sugerem. As viagens ao Taiti e a mudança para as Ilhas Marquesas, na Polinésia Francesa, marcam sua carreira não apenas pela imersão no colorido das matas e do artesanato dos povos locais, mas pela liberdade. É um momento de saúde frágil, regado pela morfina e pela falência do amor por uma jovem taitiana.

“Os conflitos do cotidiano, como as mesquinharias do amor, temperam a realidade de grandes homens”, disse Cassel, feliz com o cardápio variado de filmes que o Varilux oferece ao Brasil desde sua estreia, no dia 7. “Um dos orgulhos de ser francês é a diversidade de nosso cinema”.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.