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Blockbuster | Crítica

Longa fala sobre as pequenas fugas da realidade, mas sofre com personagens imaturos

17.04.2018, às 10H52.
Atualizada em 17.04.2018, ÀS 11H14

O mundo está acostumado aos super-heróis. Todos os anos são lançados diversos filmes do gênero e é comum ver pessoas nas ruas com camisetas representando seus personagens preferidos. É nesse contexto que vive a jovem Lola (Charlotte Gabris), que trabalha em uma loja de quadrinhos e é apaixonada pela grandiosidade dessas histórias. Um dia, ela é abordada por Jéremy (Syrus Shahidi), que a convida para sair de forma inusitada, gravando um vídeo no celular. Tudo parece perfeito, até que ela descobre que ele tentou a mesma tática com outras garotas. Ela foi apenas mais uma em sua lista. Essa história simples de amor é a premissa que a roteirista e diretora July Hygreck usa em Blockbuster, filme original da Netflix.

Porém, o que começa como uma trama leve para falar sobre as fugas da realidade de todos os dias, torna-se uma idealização exagerada dos heróis, misturada com um sentimento de escapismo dos personagens. Depois que perde Lola, Jéremy decide montar uma “equipe de super-heróis” com os amigos para impressioná-la; já a jovem lida com a desilusão de forma imatura: ao invés de um pedido de desculpas e uma conversa sincera, Lola deseja atitudes grandiosas, que a façam embarcar por alguns minutos nos mundos com os quais sonha.

Isso também é apresentado em seu segundo interesse amoroso. Diferente de Jéremy, ele é um jornalista que já viajou pelo mundo e se assemelha muito mais ao conceito de “namorado perfeito”. Enquanto ele narra os cenários de guerra que já enfrentou – uma realidade triste – Lola ouve essas informações de forma distanciada, como se testemunhasse mais uma de suas histórias de fantasia.

Perto de seu final, Blockbuster tenta romper com todos esses conceitos ao mostrar Lola assumindo uma postura mais “adulta”, fugindo desse mundo de conto de fadas. Mas o que poderia significar um equilíbrio positivo para a história - mostrando que é possível sonhar sem escapar totalmente da realidade - torna a trama fraca. Rapidamente se volta ao que foi mostrado no começo. Esse ponto negativo é acentuado pelo fato de que Lola é pouco desenvolvida no filme: várias informações da personagem são passadas pelo ponto de vista de outras pessoas e o público cria pouca empatia com seus conflitos.

Quando Blockbuster termina, a sensação é a de que seus protagonistas não evoluíram quase nada. Ao invés de fazer um paralelo interessante de como os super-heróis inspiram o heroísmo da vida real e ajudam as pessoas nas pequenas batalhas da vida, o filme escolhe um desfecho apressado e simples, que tinha o objetivo de ser fofo, mas tornou-se apenas vazio.

Nota do Crítico
Regular
Blockbuster
Blockbuster
Blockbuster
Blockbuster

Ano: 2017

País: França

Duração: 85 min

Direção: July Hygreck

Roteiro: Tom Hygreck, July Hygreck

Elenco: Michel Gondry, Amaury de Crayencour, Lionel Abelanski, Laura Boujenah, Foëd Amara, Sylvain Quimene, Tom Hygreck, Syrus Shahidi, Charlotte Gabris

Onde assistir:
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