Filmes

Entrevista

Baseado em Fatos Reais “é um filme sobre carência”, diz Eva Green

Estrela de O Lar da Crianças Peculiares vive uma mulher fatal em thriller de Roman Polanski

15.04.2018, às 15H24.
Atualizada em 18.04.2018, ÀS 04H04

Há 15 anos, quando Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci, ganhou as telas recriado as inquietações estudantis da França em 1968, Eva Green surgiu como promessa: beldade em potencial, ela se apresentou como um símbolo da afirmação feminina e do feminismo indo atrás de papéis fortes, capazes de ir além da sensualidade. Desde então, foi bondgirl, aliada de Rodrigo Santoro na sequência de 300, e protagonista de um dos maiores êxitos de bilheteria de Tim Burton: O Lar das Crianças Peculiares (2016).

Baseado em Fatos Reais/Divulgação

O novo passo de sua carreira vem na colaboração com um dos maiores e mais polêmicos diretores da Europa: Roman Polanski. Ela divide com Emmanuelle Seigner (mulher do diretor, cultuado por O Bebê de Rosemary) o protagonismo de Baseado em Fatos Reais (D’Après Une Histoire Vraie), já em cartaz no Brasil.

Polanski é o cinema da disciplina: ele não dá muitas instruções, ele joga com nossas intuições e com a interação de nosso olhar”, contou Green ao Omelete, em Cannes, onde a produção deu um fecho à seleção do festival francês de 2017.

Pelas sequências iniciais, há um tom de paixão homoafetiva no ar no novo filme do realizador de O Escritor Fantasma (2010). Na tela, os olhos de Seigner, no papel da escritora best-seller Delphine Dayrieux, carregam um brilho de desejo todas as vezes que miram uma fã sedutora, interpretada por Green. Mas como se trata de um trabalho do realizador de Repulsa ao Sexo (1965), um especialista em abordagens psicanalíticas, nem sempre as aparências correspondem à realidade – o que é um convite a surpresas... ou sustos, pois estamos diante de um thriller. Mas não é um thriller de suspense convencional, calcado em calafrios, e sim uma investigação sobre inquietações femininas.

É inevitável não pensar em Persona, de Bergman, na simbiose que Polanski buscou entre nós no set. No fundo, Emmanuelle e eu vivemos metades complementares de um mesmo sentimento: a carência”, diz Eva. “Eu não sigo um modelo de interpretação: tento me moldar às exigências de meus diretores e à química com minhas parcerias de cena. A troca aqui foi além do filme: Seigner e eu falamos de nossa visão da Europa, de nossa interpretação sobre a condição feminina...”.

Ainda em 2018, Eva será vista ao lado de Matt Dillon em Proxima, de Alive Winocour. Já em 2019, vai estar na versão live action de Dumbo, de Burton.

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