The Legend of Zelda: A Link to the Past foi lançado há 22 anos, mas continua sendo um dos títulos mais lembrados da franquia. No vídeo que fizemos celebrando o aniversário de The Legend of Zelda: Ocarina of Time, vários fãs citaram o game de Super Nintendo como seu predileto. A aventura de Link entre Light World e Dark World se tornou um clássico. E clássicos não precisam de continuações - ou não precisavam, até agora.

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds usa o mesmo mapa-múndi de A Link to the Past, porém depois de seis gerações. Quem jogou o clássico do SNES vai se sentir em casa ao reconhecer locais e perceber que a trilha sonora é um remix do trabalho de Koji Kondo no game anterior. Até o barulho feito pelas armaduras inimigas ao ver Link é o mesmo. Os acenos também são a The Legend of Zelda: Majora's Mask. A máscara-título do game está pendurada no quarto de Link, enquanto Kakariko Village tem um Milk Bar.

Tirando pequenos detalhes, a nostalgia para por aqui. Apesar de ser assumidamente uma continuação, A Link Between Worlds tem a jogabilidade bem diferente da apresentada no antecessor. Mecânicas básicas são totalmente repensadas quando Link é transformado em uma pintura. Ao se locomover pelas paredes, o herói mistura a visão superior do clássico de 1991 a uma perspectiva de duas dimensões.

Pelas paredes, é possível atacar inimigos, conseguir itens e atingir plataformas antes inalcançáveis. Também é desta maneira que Link chega a Lorule - encarnação do Dark World neste novo game. Portais que ligam os dois mundos são encontrados por todo o mapa. Eles são essenciais para conhecer a versão sombria de Hyrule, pois seu mapa é repleto de fissuras que impedem uma simples viagem a pé. Em certos pontos, é preciso viajar entre os mundos com tanta frequência para prosseguir que a animação do herói usando os portais se torna irritante.

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Liberdade plena

Se, por um lado, as falhas geográficas de Lorule atrapalham a exploração, por outro, A Link Between Worlds é um jogo que é pura exploração. Nos jogos mais recentes, como The Legend of Zelda: The Skyward Sword, o enredo dita a ordem do que vai ser feito. No primeiro Zelda original para Nintendo 3DS, o jogador é quem escolhe para onde vai. Praticamente não há tutoriais ou diálogos longos. Poucos minutos após o início, Link é solto no mundo com uma espada na mão. Se quiser, pode descobrir a maior parte do mapa em poucas horas.

Para garantir ainda mais liberdade, o jogo proporciona um sistema de viagem rápida. A vassoura da bruxinha Irene leva Link a qualquer save point já visitado, tornando a exploração muito menos trabalhosa. E os dungeons podem ser resolvidos em qualquer ordem, uma herança interessante dos primeiros games da franquia. Caso esteja empacado em algum, basta viajar para outro ponto do mapa e tentar algo mais fácil.

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Equipamentos como bombas e bumerangues, que eram encontrados em baús e cavernas nos games anteriores, podem ser acessados de uma só vez pelo sistema de aluguel. O simpático personagem Ravio se "hospeda" na casa de Link e acaba transformando o lugar em uma loja. O jogador paga uma taxa para usar os itens de maneira ilimitada - se morrer, no entanto, tudo volta para o senhorio. Depois, é possível comprá-los aos poucos.

A deliciosa sensação de encontrar itens importantes em baús não é descartada pelo sistema de aluguel. Escondidos nas cavernas, estão acessórios opcionais que podem ajudar Link em sua jornada. Basta encontrá-los. A mensagem que o jogo passa é clara: você tem todas as ferramentas a seu alcance e sete dungeons para vencer; tudo depende apenas de sua habilidade.

Passar pela história principal não leva tanto tempo. Em cerca de 15 horas, é possível resgatar os sete reféns que foram transformados em pinturas pelo insosso vilão Yuga. Mas isso seria o mesmo que passar apressado por um belo pomar e não pegar uma fruta sequer, nem observar as árvores. A genialidade está na exploração. Mesmo não sendo essencial, ela acrescenta muito à experiência. Da mesma maneira, o novo jogo acrescenta muito ao clássico SNES. The Legend of Zelda: A Link Between Worlds é a continuação da qual precisávamos, só não sabíamos ainda.

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds está disponível para Nintendo 3DS.

Nota do crítico