Séries e TV

Entrevista

"Filmamos com estética de cinema, destoando do que o brasileiro costuma ver", diz diretor de Cidade dos Homens

Série retorna hoje, na Globo

02.01.2018, às 20H35.
Atualizada em 04.01.2018, ÀS 13H01

A julgar pelas poucas cenas já exibidas até agora de Cidade dos Homens, o bagulho vai ficar mais doido do que jamais foi, para a inseparável dupla Laranjinha e Acerola, na temporada 2018 da série que volta ao ar nesta terça (2), às 23h, resgatando antigos personagens. Rainha do morro no imaginário da periferia, Poderosa, vivida por Roberta Rodrigues, retorna ao universo dos personagens vividos por Darlan Cunha e Douglas Silva, disposta a tudo para ter a guarda de seu filho. O pai, Laranjinha (Darlan), que se vire para não perder o pequeno Davi (Luan Pessoa) pra mulher que quebrou seu coração e, há anos, deixou o menino para trás.

“A Poderosa volta agora disposta a criar uma nova história para si. Neste ambiente de periferia, de ‘comunidade’, de onde quem não conhece só espera a violência, chega a história de uma mulher querendo se redimir diante do filho”, explicou Roberta ao Omelete, em coletiva da série na Casa dos Roteiristas, o QG dos autores da Globo, no Rio. “Favelas são feitas, antes de tudo, de pessoas. E há pessoas que querem mudar. É uma experiência muito forte pra mim, que já sou mãe, voltar a esse universo e rever pessoas que cresceram comigo, para falar de maternidade neste momento em que a noção de família mudou muito”.

Não é só Laranjinha quem terá dor de cabeça em Cidade dos Homens. Amiguinho nº 1 de Davi, Clayton (Carlos Eduardo Jay) vai ser pai; Acerola (Douglas) vai amargar maus bocados com o desemprego, chegando a se envolver com o que não deve. É sua mulher, Cristiane (a atriz Camila Monteiro), quem terá que segurar as pontas nas tramas filmadas por Pedro Morelli (de Zoom). “Eu meu apaixonei por cinema vendo a série ser feita, crescendo junto com ela, já que meu pai era um dos diretores”, diz o cineasta, filho de Paulo Morelli, realizador do recente Malasartes e o Duelo com a Morte. “Filmamos nos Estúdios Globo (o antigo Projac), com estética cinematográfica, tentando destoar ao máximo do que o espectador brasileiro está acostumado a ver”.

Esse destoar passa também pela dramaturgia, como explica o roteirista da série, Marton Olympio. “A violência nesta temporada é pano de fundo. Uma bala perdida nos serve como elo de ligação entre pessoas que se amam há anos, desde pequenas. Nosso foco aqui é resgatar o afeto”, diz Marton, que já escreveu séries como Santo Forte e As Canalhas para a TV a cabo.

Neste resgate afetivo, para complicar ainda mais a paz dos protagonistas, Marton traz de volta João Vitor (Thiago Martins), um amigo playboy do passado, que retorna à trama como professor de Davi e de Clayton.

“Um dos grandes temas desta série, e que volta ainda mais forte na nova temporada, é a amizade... uma amizade que trinca, mas não racha, mesmo quando os dois entram em confronto. E, se entram, é pela vida”, explica o supervisor de roteiro do projeto George Moura, um dos autores de maior cacife hoje na TV brasileira, responsável por sucessos da TV como Amores Roubados (2014), prestes a voltar ao cinema com O Grande Circo Místico, de Carlos Diegues. “É importante reconhecer o pioneirismo de Cidade dos Homens não apenas na formatação de parcerias da Globo com produtoras independentes, mas também na busca por novas representações dos negros em nossa televisão”.

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