Recentemente a briga entre Kim Catral (Samantha) e Sarah Jessica Parker (Carrie) ganhou todas as manchetes do mundo. As duas integravam o elenco de Sex and the City, uma série que falava de amizade e por isso, os desentendimentos já teorizados por anos que foram trazidos à tona, marcaram a história da produção de uma forma bastante irônica. Contudo, apesar da briga entre as atrizes, a dramaturgia do seriado passou incólume por ela.
Crônica Do Mr. Big
Aquele que nasceu para ser a representação do inalcançável. Carrie conheceu Big por acaso, na rua; e projetou nele suas expectativas pessoais e românticas. Rico, charmoso e inacessível emocionalmente, Big passou anos consciente do amor de Carrie, jogando com isso como queria. Foi especialmente marcante o ponto da narrativa onde ela compreende a imaturidade dele e decide seguir em frente. Os dois eventualmente terminam juntos, mas apenas quando ela passa a enxergá-lo como um homem real - o que significa, então, passar a ter um nome.
Crônica da Traição
Foi a paixão de Carrie por Big que leva até uma das tramas mais complexas da série: envolvida com Aidan (o anti-Big), ela não resiste às investidas do ex e passa a encontra-lo secretamente. Durante esse período, o texto e as atuações fizeram analogias sagazes e debateram por todas as vertentes o ato da traição.
Crônica do Blowjob
Um dos grandes pontos fortes da série era sua forma aberta e bem-humorada para falar de sexo. Embora Kim Catral e Sarah Jessica tenham brigado na vida real, suas personagens protagonizavam uma amizade que foi posta a prova em um dos momentos mais tensos do seriado. Ao entrar sem bater no escritório de Samantha, Carrie a flagra fazendo sexo oral num entregador. O constrangimento dá lugar ao julgo e produz uma série de diálogos preciosos sobre liberdade sexual, limites e empoderamento.
Por isso, para comemorar esse aniversário, separamos uma lista com 10 momentos entre as personagens que tornaram a série inesquecível. Assim mesmo, como se fossem crônicas temáticas, no melhor estilo Carrie Bradshaw de ser.
Crônica do Dinheiro
Outro momento inesquecível proposto pelo legado de Sex and the City foi quando Carrie precisou comprar o apartamento onde morava e não tinha dinheiro para isso. Cercada de amigas mais bem-sucedidas financeiramente, Carrie recebeu de quase todas um oferecimento de ajuda. Ao recusar-se a estender a mão, Charlote começa uma ótima discussão sobre responsabilidades pessoais. A forma como o problema é resolvido tornou-se um dos momentos mais belos entre as duas amigas.
Crônica de Paris
O esperado da conclusão do seriado decidiu colocar à prova aquele que era seu grande trunfo: a amizade entre as personagens. A decisão foi acertada e a complicada estadia de Carrie em Paris resultou num final catártico, que não só acalentou os corações de quem desejava que ela e Big ficassem juntos, como também os corações de quem buscava uma grande emoção final: o retorno de Carrie a NY, reencontrando as amigas, foi inesquecível.
Crônica do Direito de Ter seus Sapatos
As dificuldades de Carrie em organizar a própria vida eram notórias. Seu vício em comprar sapatos de grife foi posto à prova quando ao comparecer a uma festa na casa de uma amiga casada e com filhos, um de seus pares mais queridos desaparece. Ao cobrar à amiga que lhe pague de volta os sapatos roubados, Carrie ouve um longo discurso sobre quanto é superficial seu vício. Depois de sentir-se culpada, encerra o episódio com um magnífico discurso sobre seu direito de comprar seus sapatos e sobre a ética social que deveria proteger também os que escolhem viver além das convenções matrimoniais.
Crônica do Sexo
Com o Sex do título em pauta, os produtores não se fizeram de desentendidos e rechearam a série de abordagens sexuais das mais diversas formas. Do Mr. Pussy - que só fazia sexo oral -, passando pelo homem do pênis gigante, chegando até o político que queria que Carrie urinasse nele, os roteiros estudaram tantas manifestações sexuais que uma enciclopédia poderia ser lançada baseada neles.
Crônica do Amor Livre
Samantha era a personagem mais popular da série e sua vida sexual muito ativa rendeu momentos incríveis no seriado. Foi particularmente interessante quando ela conheceu a homossexual Maria (Sonia Braga) e viveu com ela um relacionamento. Para os parâmetros de Samantha, aquele comprometimento foi uma grande prova amadurecimento.
Crônica do Príncipe Encantado
Uma das decisões especiais que a série tomou foi trabalhar a Síndrome do Príncipe Encantado vivida por Charlote. Depois de rejeitar muitas possibilidades, Charlote conheceu seu príncipe: um homem rico, sério, bem nascido e muito apaixonado. Ela se casa com ele muito rápido e descobre apenas depois que ele é impotente e incapaz de enfrentar a mãe dominadora. Mais tarde, ela encontra a felicidade com o advogado que cuidara de seu divórcio, um homem longe de seus padrões, mas verdadeiramente louco por ela. Foi muito bonito ver como, um a um, os padrões de exigência da personagem foram derrubados.
Crônica do Casamento e da Maternidade
Cínica de carteirinha, Miranda parecia ser a personagem que jamais cederia às convenções sociais e afetivas. Depois de resistir muito a admitir uma vulnerabilidade afetiva, ela surpreendeu as amigas ao decidir casar-se com Steve, um barman apaixonado que confrontava sua rigidez. Sua gravidez não-planejada também foi a oportunidade que o seriado queria de falar de maternidade por uma perspectiva jamais vista na TV.
